sexta-feira, 12 de julho de 2013

Como não ser enganado pelos mecânicos desonestos?



Nem todo reparo será barato como uma troca de óleo e filtros, algumas coisas são bem caras de se consertar, mas é importante saber como evitar que uma troca de pastilhas de freio de R$ 90 reais seja transformada em um problema assustador de R$ 900.
Pergunte sempre
A peça chave para não se enganado por um mecânico é procurar uma oficina honesta. Parece óbvio, mas é mais fácil falar do que fazer. De mecânicos de fundo-de-quintal a grandes centros automotivos e concessionárias, muitas oficinas podem ser completamente anti-éticas quando se trata de orçamentos e cobranças pelo serviço. Para encontrar uma oficina honesta pergunte a seus amigos e familiares, especialmente se algum deles tiver um carro igual ou da mesma marca que o seu.
A melhor propaganda das oficinas é a “boca-a-boca”; é o método que mais leva novos clientes até elas. Por isso este é o método mais confiável para orientar sua busca. Ninguém vai te recomendar um mecânico desonesto.
Agora, se você acabou de chegar na cidade e ainda não conhece ninguém, procure recomendações na internet. A web está repleta de fóruns de proprietários de praticamente todo tipo de carro, e nesses lugares sempre há várias boas recomendações de oficinas (e às vezes até uma lista negra).
Dê preferência à independência
As oficinas independentes baseiam-se no relacionamento de longo prazo com os clientes, e qualquer estabelecimento que tem por hábito superfaturar a ordem de serviço corre o risco de manchar sua imagem na praça. Outro benefício desse relacionamento de longo prazo entre cliente e oficina/mecânico, é que a oficina independente pode manter um histórico mais preciso e detalhado da manutenção do veículo, o que ajuda a manutenção programada e valoriza o carro na hora da venda.
Avalie a oficina
Quando chegar a uma oficina desconhecida, perceba se o espaço é limpo e organizado e tem volume de serviços: mecânicos de qualidade orgulham-se da aparência de sua oficina e da agilidade do serviço. Se o piso estiver limpo e a organização for agradável, há boas chances de que seja uma oficina confiável.
Uma boa recepção: pode ser o próprio mecânico ou um funcionário. O que importa aqui é que a pessoa saiba do que você está falando e saiba como apontar o defeito/problema e responder às suas dúvidas. Se ele for reticente ou não muito esclarecedor, fique atento.
Converse com o mecânico: se possível converse com os caras que vão meter a mão na graxa. Perceba a experiência e o conhecimento que eles têm sobre o seu carro. Alguns mecânicos mais velhos podem ser especialistas em clássicos ou modelos antigos, mas não são muito bons para trabalhar com o diagnóstico eletrônico do BMW Série 5 do ano passado. Pergunte há quanto tempo eles trabalham ali. Boas oficinas têm funcionários estáveis e competentes. Se a oficina for antiga, e os funcionários não, algo pode estar errado.
Não se deixe levar
Nunca peça para um mecânico “fazer o que for preciso”. Esta é a senha para ser roubado, e essa frase jamais deve ser pronunciada na presença de um mecânico desconhecido. Você precisa controlar e acompanhar de perto o que está sendo feito no seu carro, e quanto você pagará por isso.
Para cada problema descoberto no seu carro, a oficina vai fazer um novo orçamento com o custo total das peças, mais o custo da mão de obra, mais o custo dos fluidos. Por exemplo: uma troca da embreagem custa hipoteticamente R$ 600 de mão-de-obra, mais R$ 475 em peças. Só que ao sangrar a caixa de marchas, o mecânico diz que será preciso trocar o óleo da transmissão. Mas os dois litros extra de óleo a R$ 45 o litro não estavam no orçamento, então você tem um acréscimo de R$ 90 reais.
Não permita nem aceite qualquer serviço oferecido além daquele pelo qual você procurou a oficina. Legalmente você não tem a obrigação de pagar por serviços não autorizados previamente. Por isso peça um orçamento por escrito e pergunte ao técnico/mecânico como tudo aquilo vai resolver os problemas do seu carro. Se tudo parecer lógico e convincente, assine a ordem de serviço autorizando apenas a execução do que está ali descrito. Obviamente imprevistos podem acontecer, mas a conta final não pode passar de 10% acima do valor orçado.
Se a oficina sugerir manutenção programada, verifique se o orçamento bate com o que está previsto no manual de manutenção. Se algo estiver em desacordo, pergunte por quê. A manutenção programada é definida pelo fabricante especificamente para cada modelo, e deve ser seguida à risca salvo raras exceções (por exemplo: se você teve um problema com os freios e trocou os discos, não é necessário trocá-los de acordo com o roteiro de manutenção).
Guarde a ordem de serviço
Se você pula de mecânico em mecânico, é melhor guardar as ordens de serviço para manter um histórico de manutenção de seu carro. Como você não tem uma única oficina fazendo isso por você, é preciso fazer por conta própria. Vale o esforço.
Ao manter um histórico de manutenção, você poderá consultar esses registros quando um novo mecânico diz que é preciso reparar algo que foi substituído recentemente. Isso não significa que a nova oficina está tentando te enganar — você pode ter sido enganado em outra oficina, ou a peça substituída pode ter apresentado defeito ou você dirige como um maluco destruidor de carros, mas é mais difícil ser enganado quando você sabe o que aconteceu anteriormente.
Também é importante conhecer a política de garantia da oficina. Por quanto tempo e uso ela é válida. Algumas oficinas dão três meses de garantia no serviço, ou em caso de substituição de peças compradas pela própria oficina, esse prazo se estende durante toda a garantia da peça. Outras oficinas, contudo, dão garantia “a perder de vista”: a garantia acaba quando eles não conseguem mais ver seu carro. Verifique também se a garantia cobre apenas o custo da peça ou se o custo da mão de obra está incluído.
Sabe por que as oficinas inescrupulosas logram os clientes leigos? Por que é fácil demais. Se uma oficina diz que o diagnóstico apontou código de erro G7: sensor de protocolo TCP/IP helicoidal aureolar e que será preciso comprar um platinado hidráulico viscoso de R$ 850 — e você paga por isso — você merece ser extorquido.
Antes de confirmar qualquer coisa ou assinar a ordem de serviço, pergunte ao mecânico o que significa tudo aquilo e peça para ele explicar de um jeito fácil de entender, em bom português. Mesmo com tudo esclarecido, diga que você vai pensar antes de executar o serviço e procure uma segunda opinião.
Ligue para outras oficinas de boa reputação na sua região e peça estimativas de preço para o mesmo serviço. Não há a necessidade de um orçamento completo, apenas a distinção de preço de mão-de-obra e de peças. Se o preço de sua oficina for muito maior que a das demais (25% ou mais) pergunte ao mecânico os motivos do preço tão elevado.
Além disso, sempre peça para ver as peças quebradas. Bons mecânicos não esperam que você peça, e explicam o que aconteceu logo que você volta para buscar o carro. Isso também te ajuda a compreender o funcionamento deste gadget gigante que tanto adoramos e te ajudará a mantê-lo funcionando por mais tempo do que dez smartphones seguidos.

Fonte: Jalopnik

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