Este é mais um daqueles veículos formidáveis que nós tivemos o orgulho de participar da restauração.
Fornecemos para esta raridade o par de carburadores Solex H 32/34 PDSI com tratamento “personalizado” no que diz respeito à calibração e com banho de níquel especial para maior durabilidade e também visual mais arrojado.
O senhor Sandro, proprietário desta relíquia, nos autorizou a contar sua história aqui em nosso blog.
Vejam a seguir a narrativa do proprietário:
“... Meu Puma aconteceu meio que por acaso.
A história começa há muito tempo, quando rodava de moto com minha mulher, ainda sem filhos.
Após seis anos de casamento nasceu nossa primeira filha e decidi que a fase da moto havia acabado, mas ficou a saudade do vento no rosto, da sensação de liberdade. E após mais três anos nasceu nossa segunda filha.
Então comecei a procurar um carro conversível de quatro lugares para que pudéssemos reviver as sensações passadas, mas com mais conforto e com nossas filhas juntas.
Procurei durante cinco anos Escort XR-3, Kadett GSi e Stratus conversíveis, mas nunca encontrei um exemplar totalmente íntegro e ao meu gosto.
Num sábado, passeando num parque da minha cidade, vi alguns Pumas estacionados e seus respectivos proprietários sentados numa mesa conversando. Fui até eles, me apresentei, expliquei que estava procurando um conversível de quatro lugares e pedi para que me avisassem, caso soubessem de algum. E ali reconheci um dos presentes, que foi um amigo de longa data, mas com o qual havia perdido o contato com o passar dos anos.
No outro sábado retornei ao grupo, sentei-me à mesa e comecei a participar da conversa.
Alguns sábados depois minha família começou a me acompanhar pois as reuniões eram familiares, ou seja, embora amantes dos diversos modelos Puma, suas mulheres, filhos e filhas participavam dos encontros. E fui ficando...
Passado algum tempo comecei a gostar de Pumas e a relembrar do tempo que meu pai tinha um VW a ar robusto e fácil de manter com as próprias mãos.
Pesquisei e conheci também a história da Puma, a única montadora nacional que, consistentemente, participou de competições, que exportou seus veículos para vários países e que conta hoje com entusiastas da marca espalhados por todo o planeta, por mais incrível que isso possa parecer.
Certo dia um já amigo do grupo comentou sobre um Puma que havia parcialmente restaurado e vendido. E que o atual proprietário agora desejava vendê-lo para concretizar um negócio imobiliário.
Quando vi o Puma percebi que era um excelente exemplar com 100% de possibilidades.
Comprei e como tenho certa habilidade manual, fui buscando todos os detalhes aqui e ali. Adquiri também um certificado de um ex-diretor da Puma que, pelo número do produto, atesta o dia em que o carro foi fabricado, a cor, o número do motor, do câmbio e do eixo dianteiro originais.
Quando conferi percebi que tudo é original do carro, o que me motivou ainda mais a buscar os detalhes faltantes, ao invés de modificações, fazendo praticamente tudo eu mesmo, na garagem da minha casa, já que tenho certa habilidade manual para isso.

Buscando um par de parafusos e batentes da tampa do motor (que eram da linha Opala antiga até 74) conheci o presidente do clube ao qual agora pertenço que, ao ver meu Puma, comentou sobre a qualidade da restauração e que possuía atributos para pontuar visando à placa preta. E assim foi feito.

Detalhista como sou, não há um único parafuso, uma única parte deste Puma que não tenha pessoalmente desmontado, revisado e remontado ao meu gosto e exigência pessoal, inclusive os novos carburadores, recentemente, quando conheci o Fernando Monteiro Lobato e o José, da Carburador Brasil.

Hoje, além das inúmeras amizades que fiz e que continuo a fazer por conta do Puma, em minha cidade e por todo o Brasil, também tenho contatos com pumeiros de fora do país.

Acho incrível que existam admiradores da marca Puma na Alemanha, Espanha, Portugal, Suíça, França, EUA, inclusive promovendo encontros com esse carro brasileiro que um dia foi exportado para várias partes do planeta.
E Puma é isso, aprendi. Uma grande comunidade de admiradores que mantém contato, que se ajudam em restaurações e soluções, com diversos clubes muito ativos por todo o país e fora dele, com encontros anuais nacionais, etc. Até mesmo um outro ex-amigo do colegial, novamente amigo e pumeiro reencontrei.
Os quatro lugares? Deixei pra lá...”